Tripla velocidade! Se é isso que você quer é isso que você vai ter. Ela é malvada como um Hoolligan, rápida como um foguete e é a mais fiel representante dessa classe de motos no Brasil. Três cilindros em linha transversal, 1050 cc, doze válvulas e duplo comando no cabeçote.
Muita aceleração e freios que atendem ao toque de um dedo
Essa autêntica Streetfighter traz a marca registrada da marca. Ela tem os dois faróis suportados pelo chassi, que oferece mais liberdade na direção por ter esse peso não afixado sobre o garfo. O visual continua sendo intrigante, agora com o formato indefinido que substitui o perfil redondo. Convenhamos, a moto ficou agressiva nesta versão .
Os "olhos" saltados dão uma impressão intrigante no modelo que já tem esse visual como marca registrada
Se você conhece as Triumph, seis marchas muito longas já é o que você espera. Para sair, você tem que deslizar a embreagem mais do que o normal. O motor engatado em primeira marcha, imprime velocidade um pouco acima da velocidade normal no trânsito congestionado, forçando um uso excessivo da embreagem dura. Nessa condição, se cansa mais do que o normal, tanto o piloto quanto a máquina, que pode aquecer demais e contaminar o óleo na transmissão por excesso de deslizamento da embreagem.
Se livrando dessa situação, logo se percebe o lado bom disso. É que em menos de 4.000 rpm na sexta marcha você já está a 100 km/h e o motor vai até 10.000 rpm; projetando essa rotação você deve chegar a 250 km/h, mas vai ter que conseguir se segurar nela. Um desafio ao Hoolligan.
O conjunto é bastante integrado, todo funcionamento dos comandos ficam bastante intuitivos porque não há necessidade de manter atenção especial em nenhum aspecto mais importante. Assim, a tocada fica natural e instintiva. Você se adapta muito facilmente à forma de pilotá-la.
A posição de pilotar se revela um pouco inclinado para frente, o que ajuda em situação de vento frontal forte. As pedaleiras acompanham bem a posição do tronco e propiciam relativo conforto, pois o piloto fica bem encaixado na moto.
Esse motor de 1050cc é conhecido por agregar três cilindros em linha transversais. Essa configuração resulta da combinação de dois fatores determinantes para a eficiência de um motor para motocicletas. Um grande número de cilindros propicia um funcionamento suave, com mais facilidade de se extrair potência, com menos vibração. Por outro lado, em motocicletas, o volume, largura máxima e peso do motor são fatores que geram inconveniências no projeto de uma moto. Por isso os três cilindros vêm ganhando adeptos nos últimos anos entre os fabricantes, notadamente Triumph, MV Agusta e Benelli.
Motor de construção refinada - repare no início da curva do coletor de escapamento. Uma peça fundida, tem seu perfil de curva otimizada para a melhor saída dos gases que em seguida continua pelos tubos de aço inox. O radiador do líquido de arrefecimento recebe ajuda do radiador de óleo, logo abaixo dele
A Triumph iniciou suas pesquisas nesse sentido em 1989 com o projeto das 750cc e 900cc (curso mais longo) ao mudarem para a nova fábrica de Hinckley, Leicestershire (Inglaterra) naquela época. Dai em diante, essa configuração vem sendo utilizada na maioria dos modelos da marca, com adequações de cilindrada e potência para cada situação.
E tem tido muito êxito, formando “escola” entre os outros fabricantes citados.
Nessa moto ele adquire talvez o seu melhor resultado em termos de performance, produzindo 135cv em 9.500 rpm e um torque de 11,3 Kgf.m em 7.750 rpm. Um trabalho fácil para ele é carregar os 214 kg de peso, resultando apenas 1,62 kg para cada cavalinho dessa tropa levar.
A bonita roda de liga de alumínio aparece toda, com o disco ao fundo, suportados pela balança monobraço
Por isso a aceleração dela é tão impressionante. Meninos mais comportados teriam a segurança adicional de um sistema de controle de tração, mas não o Hoolligan, para quem ela foi feita. Ele sente o pneu mordendo o asfalto com força, empurrando a moto da melhor forma que o pneu consegue imprimir tração. Cuidado é necessário na hora de enrolar o cabo e prepare-se para trocas frequentes de pneu e peças da transmissão final. Quer dizer, isso se o seu gosto for usar toda essa força sempre.
O câmbio é tão preciso e de fácil mudanças nas marchas que quase não chama atenção. Apenas andando em baixa velocidade, no trânsito, é que se percebe que fica um pouco duro por causa do calor da embreagem. Em situações normais, o curso curto na alavanca e relação longa nas marchas fazem a moto deslanchar rapidamente e num instante você está onde apontou a moto, passando por todas as trocas necessárias sem esforço e com muita naturalidade.
Chegando nas curvas fica ainda melhor. Nas entradas das curvas por exemplo, os freios se mostram potentes e muito bem controlados pelo ABS de última geração que chegam até o limite de tração dos pneus, em total controle. Além disso, pode-se ajustar com muita precisão a força de frenagem modulando com bastante delicadeza na mão ou no pé. Ao acionar o dianteiro, quando o peso se transfere muito para a frente, o ABS do traseiro cuida para que a roda não trave, sem interferir nas reduções de marchas, quando no freio motor. Muito fácil controlar a ação de frenagem.
Controle total nas curvas, resultado da precisão do chassi e suspensão e mais um motor de sobra para acelerar
Depois de contornar a curva com a precisão dedicada pela estrutura muito rígida do chassi, onde até mesmo um asfalto de pouca qualidade é absorvido apenas pela suspensão, você percebe com clareza que esta Triumph isola muito bem o comportamento da moto. Chega a hora de sair da curva.
Geometria de esportiva explica as qualidades da ciclística
Nessa hora, na saída da curva, a aceleração é rápida e o câmbio bem escalonado mostra como a curva de potência é bem distribuída nas rotações mais usadas. Você pode-se ajustar a potência ideal para sair de qualquer curva, sempre com a melhor aceleração possível. Segure essa frente no chão.
A balança monobraço da Speed Triple concentra o material onde há esforços, o que resulta um conjunto mais leve e mais bem estruturado para suportar todos os esforços da transmissão
Para a moto funcionar em conjunto com um motor tão potente, a geometria e estrutura do chassi poderia ser de menos esportividade, mas por ser uma autêntica streetfighter a fábrica não economizou no chassi. Materiais nobres como alumínio fundido em barras simulando tubos fazem par com as mesas reforçadas do garfo (três parafusos no grampo inferior prendem as bengalas). A balança monobraço da suspensão traseira, feita com o mesmo material tem grande comprimento e um perfil avantajado para suportar todo o esforço.
Freios Brembo em suportes radiais fazem juz ao resto da moto
A montagem da roda no cubo traseiro remete às fortes estruturas das motos mais recentes de competição, com o grande cubo excêntrico para regulagem da tensão da corrente. Na suspensão há muitos recursos para adequar ao estilo de pilotagem e ao perfil do piso.
Com 120mm de curso na dianteira e 130mm na traseira, a resposta pode ser apropriada a um uso bem esportivo ou mais confortável, deixando-a mais macia para absorver os impactos com um uso maior do curso da suspensão. No manual do proprietário há toda explicação de como se faz esse ajuste.
Esta Triumph Speed Triple pode ser considerada um dos extremos da tecnologia britânica para fabricar motocicletas, em oposição à tradição de uma Triumph Boneville. Não que a tradição não incorpore a tecnologia, mas o visual de uma e de outra mostra com clareza a capacidade da marca de entender o mercado e os consumidores.
Se você tem uma Triumph Speed Triple, opine sobre ela!
Acesse agora mesmo: Guia de Motos – Motonline
Lanterna-leds-e-grandes-escapamentos
Central do ABS e fixação do sub-chassi traseiro
Boa de curva