Quantas vezes você, ao dirigir, percebeu que se
distraiu? Talvez, mais vezes do que você gostaria de admitir. Conduzir
de forma distraída é um problema que pode ocorrer por diversos motivos:
seja por um lanche, uma conversa, brincadeiras e até o uso de
dispositivos móveis, que estão sendo cada vez mais utilizados no
trânsito. Apesar de algumas pessoas acreditarem que são "mestres da
multitarefa", a ciência prova que não é bem assim.
Segundo Geoff Mackellar, CEO da Emotive, uma empresa de
neuroengenharia, o cérebro é realmente uma máquina de atenção
focalizada, que só pode, realmente, lidar com uma tarefa de cada vez.
Para melhorar a realidade da distração sob quatro rodas, a instituição
australiana Royal Automobile of WA desenvolveu um dispositivo que
detecta o nível de atenção do motorista e, caso o mesmo esteja
"desligado", a tecnologia reduz a velocidade do automóvel.
A inovação consiste em um fone de ouvido composto por um
giroscópio, um GPS e um acelerômetro que se comunica com um software
personalizado. A tecnologia, que ainda está em fase de testes, detecta a
quantidade de atividade que o motorista está exercendo enquanto dirige o
carro. Mackellar também faz parte da idealização do aparelho e garante
que as tarefas "autuadas" são consideradas como distrações adicionais, a
exemplo de um telefonema ou mensagem de texto somados a uma
ultrapassagem, por exemplo.
Os aparelhos são construídos, basicamente, por um
sistema de detecção mental, usando o EPOC (Excesso de Oxigênio consumido
Pós-Exercício), que mede a frequência com que os motoristas estavam
trocando de atenção.O fone de ouvido possui 14 sensores EGS, que medem a
atividade global no cérebro, embora oito estejam focados no lobo
frontal, onde grande parte da concentração acontece.
Será que o dispositivo realmente funcionaria na vida
real? Segundo os pesquisadores, não em sua forma atual, pois,
atualmente, as pessoas mal querem usar o cinto de segurança. Como
garantir que alguém vai usar um fone de ouvido cada vez que entrar no
carro? Além disso, os estudiosos consideram perigoso desacelerar um
veículo bruscamente, caso esteja em alta velocidade. "É um longo caminho
que estamos percorrendo", confessa Mackellar ao site Wired.
Eco Desenvolvimento